domingo, 9 de março de 2014







EDUCAÇÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM SURDEZ.
- Atendimento Educacional Especializado em Construção-

Silva, Madalena Maria.
Icapuí, 09 de Março de 2014. 

A proposta inclusiva, ou o modo de fazer pedagógico com os educandos com surdez nas escolas comuns, deve ser voltada para a Tendência por meio do bilinguismo, em um espaço favorável onde seja desenvolvida a Língua brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, sendo executado na sala Multifuncional, o qual recebe o nome de AEE, com sua relevância no dinamismo pedagógico por se destacar em três momentos, os quais são denominados de: Momento do Atendimento Educacional Especializado na Escola Comum. Ou seja, o trabalho que é realizado todos os dia com alunos com surdez que estão em sala comum, e é executado preferencialmente por professor surdo, onde  todos os conhecimentos dos diferentes conteúdos curriculares são explicados em Língua de Sinais e Língua Portuguesa, sempre no contra turno do horário que o educando estuda. Já o Momento do Atendimento Educacional Especializado Para o Ensino de Libras na Escola Comum, "Os alunos com surdez terão aula de Libras , favorecendo o conhecimento e a aquisição, principalmente de termos científicos" , seu planejamento deve se dá a partir do diagnóstico do conhecimento que o aprendiz tem sobre a Língua de Sinais e quem pode ministrar é um professor ou um instrutor de Libras. Por último temos o Momento do Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa, a qual tem como foco trabalhar as especificidades dessa Língua para as pessoas com surdez.
E conforme o Decreto 5.626, de 5 de Dezembro de 2005, “As pessoas com surdez tem direito a uma educação que garanta a sua formação, em que a Língua Brasileira  de Sinais  e a Língua Portuguesa, preferencialmente  na modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso as duas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo. A proposta da educação bilíngue pauta a organização da pratica pedagógica na escola comum, na sala de aula comum e no AEE”. Isso mostra que mesmo que a surdez seja um fator “limitante em partes”, sempre é possível aprender, conviver, troca experiências, construir relações e ambientes propicio a socializações e/ou interações. Dessa maneira uma pessoa com surdez não pode ser vista como um deficiente uma vez que a mesma não é incapaz de aprender. Ela tem perda sensorial auditiva que a limita biologicamente para essa função perceptiva. Por outro lado, há toda uma potencialidade do corpo biológico e da mente humana, tornando essa pessoa como ser capaz, um ser de consciência, de pensamento e linguagem. O fato de apresentar perda auditiva não a impede de aprender diferentes conceitos educacionais. DAMÁZIO (2007) Discorre que as praticas pedagógicas utilizadas hoje na escola regular constitui o maior problema na escolarização das pessoas com surdez. Para tanto se torna urgente, repensar essas práticas para que os alunos com surdez, não acreditem que suas dificuldades para o domínio da leitura e da escrita são advindas dos “limites” que a surdez lhes impõe, mas principalmente pelas metodologias adotadas para ensiná-los.
Neste sentido, é necessário fazer uma ação-reflexão-ação permanente a cerca de que, as pessoas com surdez não podem ser reduzidas ao chamado mudo surdo, como uma identidade e uma cultura surda. É no descentramento identitário que podemos conceber cada pessoa com surdez como um ser biopsicossocial, cognitivo, cultural, não somente na constituição de sua subjetividade, mas também na forma de aquisição e produção de conhecimento, capazes de adquirirem e desenvolverem não somente os processos visuais e gestuais, mas também de leitura e escrita, e de fala se desejarem.
E na perspectiva inclusiva pensar e construir uma prática pedagógica que assuma a abordagem bilíngue e se volte para o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com surdez na escola é fazer com que esta instituição esteja preparada para compreender cada pessoa em suas potencialidades, singularidades e diferenças e em seus contextos de vida. Na abordagem de Libra e Língua Portuguesa, suas variantes de uso padrão, quando ensinadas no âmbito escolar, são deslocadas de seus lugares especificamente linguísticos e deve ser tomada em seus componentes histórico-cultural, textual e pragmático, além de seus aspectos formais, envolvendo a fonologia, morfologia, sintaxe, léxica e semântica. Para que isso ocorra, não se discute o bilinguismo com olhar fronteiriço ou territorializado, pois a pessoa com surdez não é estrangeira em seu próprio país, embora possa ser usuária de Libras, um sistema linguístico com características e status próprios.
Uma vez que para os autores (DAMÁZIO e FERREIRA, 2007), o fracasso escolar não está nessa ou naquela língua, mas também na eficácia das práticas pedagógicas.  
Deste modo o AEE (Atendimento Educacional Especializado) deve ser visto como uma construção e uma reconstrução de experiências e vivências conceituais em que o conhecimento precisa ser compreendido como uma teia de relações, nas quais as informações se processam como instrumento de interlocução e diálogo. Este atendimento oferece o acesso dos alunos com surdez e demais “limitações” ao conhecimento escolar em duas línguas: em Libras e em Língua Portuguesa, a participação ativa nas aulas e o desenvolvimento do seu potencial cognitivo, afetivo, social e linguístico com os demais colegas da escola comum. O objetivo desse atendimento é desenvolver a competência linguística, bem como textual, dos alunos que com surdez, ou outros déficit possam superá-los e que os mesmo sejam capazes de lerem e escreverem em Língua Portuguesa e desenvolverem outras habilidades. (ALVES,DAMÁZIO,2010).

REFERÊNCIAS
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Educação Escolar Inclusiva das Pessoas com Surdez na Escola Comum: Questões pólêmicas e Avanços Contemporâneos. In: II Seminário Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, 2005, Brasília, Anais... Brasília: MEC,SEESP,2005.